Proposta inclui arte, filosofia e psicologia no atendimento aos pacientes
A secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, foi uma das convidadas do projeto Humanidades na Saúde, do Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (22/05). Este ano, o projeto completa dez anos de existência e realizou a 128ª sessão, com o tema ‘A dor que vira palavra: a poesia como forma de cura.’ A escritora Roseana Murray, que foi vítima de ataques de pitbulls em 2024, e Márcio Vassallo, jornalista e escritor, realizaram as palestras.
O programa Humanidades foi criado pelo cirurgião Dr. Ricardo Cruz, que faleceu em 2020, vítima de Covid-19, e dá o nome a um hospital em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Seu propósito é promover reflexões sobre o cuidado em saúde, integrando áreas como arte, filosofia, psicologia e outras ciências humanas. São realizadas sessões mensais que buscam aprimorar o atendimento aos pacientes e o bem-estar dos profissionais de saúde.
“São encontros engrandecedores que nos fazem refletir sobre a prática da profissão, com uma visão mais ampla de cuidados, inserindo a arte e a poesia, como auxílio ao paciente. A medicina é uma missão que deve ser exercida com empatia e compaixão para oferecer o que o outro precisa”, destacou a secretária de Estado de Saúde.
Com mais de 100 livros publicados, Roseana Murray disse que a literatura salvou sua vida e agradeceu pelo atendimento recebido no Hospital Estadual Alberto Torres, depois do ataque que sofreu na Região dos Lagos e perdeu um braço.
“Acredito na poesia, como quem crê em uma divindade. Ela é um universo, um tesouro. Tive sorte de ser atendida no HEAT, pois nenhum hospital particular me acolheria como aconteceu lá. Na unidade, escrevi o livro “Braço Mágico” para crianças e contei minha história. A literatura é o caminho da cura e da vida”, aponta Roseana Murray.
Márcio Vassallo, autor da biografia Mário Quintana, destacou a importância do olhar e de observar o que está ao nosso redor. Contou uma história de infância com sua avó, além de ler poemas.
“Eu vivo de reparo, para observar o que está à minha volta. Olhar as coisas por ângulos diferentes. São as histórias que nos forjam para a vida. Lembro da passagem com minha avó. Em suas narrativas, ela me colocava no cangote de uma águia para eu ter a visão do alto”, relembrou o jornalista e escritor.