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Secretaria de Estado de Saúde responde perguntas mais comuns sobre animais peçonhentos
Animais peçonhentos

Número de acidentes inspira maiores cuidados no interior do estado
 

Com o aumento do ecoturismo e o avanço dos seres humanos em áreas da Mata Atlântica, crescem também os riscos de acidentes com animais peçonhentos. Até a primeira semana de abril, foram registrados 1.074 acidentes com animais peçonhentos no estado do Rio de Janeiro. Por isso, a Secretaria de Saúde recomenda redobrar os cuidados.

O número de acidentes está aumentando?

Não. Em 2024, foram registrados 3.678 acidentes. Já em 2023, o número era semelhante, 3.636 ocorrências.

O que fazer caso encontre um animal peçonhento?

O mais adequado é se afastar. Se uma serpente, por exemplo, tiver aparecido dentro ou próximo da residência, contate a autoridade competente para que seja providenciada a remoção para um local em que não ofereça risco para a população. ​

O que deve ser feito após uma picada?

Procurar atendimento médico o mais rápido possível. É importante relatar ao profissional de saúde o máximo de informações possíveis sobre o local, sintomas e o animal envolvido no acidente. Se puder, lave o local da picada com água e sabão. Dê água para a vítima beber e procure manter o membro atingido em uma posição elevada em relação ao corpo.

Todos os animais peçonhentos injetam veneno?

Todos os animais peçonhentos têm a capacidade de injetar veneno, no entanto, em casos raros, não o fazem, mas é importante evitar o contato com qualquer animal desconhecido. A maioria dos acidentes acontece por descuido ou falta de atenção ao ambiente.

Ao ser picado, devo amarrar o local ou usar um torniquete?

Não, em nenhum acidente por animal peçonhento se deve usar torniquete. No Brasil, a maior parte dos acidentes é causada por jararacas. Ao se amarrar ou usar torniquete, além de dificultar a circulação do sangue, o veneno ficará concentrado naquele local, acentuando o efeito necrosante, aumentando a chance de amputação ou outras sequelas.

Existe algo que não deve ser feito nesses casos?

Não se deve:

  • Amarrar o membro afetado
  • Tentar sugar o veneno
  • Aplicar substâncias como álcool, pó de café ou qualquer outro produto caseiro

Como prevenir esses acidentes?

  • Use sapatos fechados
  • Observe bem por onde pisa
  • Se estiver hospedado em áreas naturais, bata os sapatos antes de colocá-los pela manhã — podem abrigar aranhas, escorpiões ou serpentes.

As unidades de saúde estão preparadas para atender esse tipo de ocorrência?
 

Sim. As UPAs e hospitais estaduais funcionam 24 horas por dia e estão preparados para esse tipo de atendimento.

Quais são as aranhas mais perigosas e como reconhecê-las?
 

Aranha-marrom: cor uniforme, tamanho médio, comum em sótãos, armários e banheiros.

Viúva-negra: preta brilhante com uma mancha vermelha no abdômen; encontrada em locais úmidos e escuros.

Aranha-armadeira: coloração cinza a castanha, patas com faixas pretas; vive em troncos e folhas de bananeiras e bromélias.

Como reconhecer escorpiões perigosos?

Todos são perigosos. Evite-os.

Existem animais perigosos no mar ou em cachoeiras?

Sim. Os mais comuns são:

  • Ouriços-do-mar: causam a maioria dos acidentes marinhos
  • Águas-vivas e caravelas: e exigem cuidado especial, principalmente em locais com rochas

Há riscos em águas doces também?

Sim. Sempre que puder, nade em águas cristalinas para facilitar a visualização. Os principais riscos incluem:

  • Arraias
  • Candirus
  • Piranhas
  • Poraquês

Posso comprar e armazenar o soro antiveneno na minha empresa ou fazenda?

Não. Os soros antiofídicos, que são utilizados de forma gratuita no âmbito do SUS, precisam ficar armazenados e conservados em temperatura de 2 a 8°C e são administrados apenas em ambiente hospitalar, após a avaliação de um médico. Soros antiofídicos de uso veterinário são encontrados em lojas do gênero, mas estes não são recomendados para uso humano.

Há soros antivenenos em hospitais particulares?

O tratamento dos casos de acidentes ofídicos é feito apenas na rede dos hospitais do SUS e é inteiramente gratuito.  No entanto, apesar de não ser recomendado, o atendimento inicial pode ser feito na rede privada. Nesse caso, se necessário o paciente pode ser transferido para o polo mais próximo ou o soro ser disponibilizado para o tratamento na unidade privada.