Proposta é que estado tenha 28 unidades atuando em prol da redução da violência
Mais de 100 profissionais de saúde participaram, nesta terça-feira (15/04), no auditório da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), do “Seminário de implantação dos Núcleos Municipais de Violência e Promoção da Cultura da Paz”. A finalidade do encontro é promover o enfrentamento da violência nos territórios, especialmente no âmbito do setor saúde, fortalecendo o trabalho dos Núcleos. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontam que, em 2025, 4.397 mulheres sofreram violência física, 1.668 psicológica e 999 sexual.
De acordo com informações da Atenção Primária à Saúde (APS), o estado do Rio de Janeiro possui 17 Núcleos em funcionamento. A proposta da secretaria é chegar a 28 em cidades com mais de 100 mil habitantes, estimulando assim a cultura de paz nas localidades.
“O setor saúde possui um papel estratégico na identificação, acolhimento e notificação de casos de violência, sendo, muitas vezes, a porta de entrada para vítimas em situação de vulnerabilidade. No entanto, o enfrentamento efetivo da violência exige mais do que ações isoladas. Requer além de organização, o planejamento e a articulação intersetorial”, destacou a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
A superintendente da Atenção Primária à Saúde da SES-RJ, Halene Armada, disse que o seminário é um importante espaço de diálogo entre os diferentes setores da gestão pública, como saúde, educação, segurança pública, justiça e sociedade civil, com o objetivo de reduzir a violência.
“A abordagem integrada deve estar centrada na prevenção, proteção e garantia de direitos, a fim de possibilitar a construção de redes de cuidado mais eficazes e sensíveis às especificidades de cada território. Nesse contexto, a mulher é mais vulnerável, assim como a criança”, frisou a Superintendente da Atenção Primária à Saúde.
Elisa Goulart, da Prefeitura de Mangaratiba, falou da experiência de prevenção à violência implantada na cidade. Segundo ela, é necessário ter um novo olhar para o problema.
“Nossa atuação é consorciada com Paraty e Angra dos Reis, por conta da cota de 100 mil habitantes para implantação dos Núcleos Municipais de Violência. Em Mangaratiba temos a Sala Lilás presta atendimento às mulheres vítimas de violências, além do projeto “Fé na Prevenção”, com mais ampla em igrejas e centros de umbanda. Tudo isso consiste em vacinas contra a violência”, aponta Elisa Goulart.
A coordenadora de Saúde Mental de Arraial do Cabo, Bruna Fialho, disse que o seminário possibilitou melhorar o fluxo de atendimento feito com informações relevantes.
“São vários os tipos de violência que a mulher sofre: física, psicológica e moral. Aqui, estamos em busca de avançar na assistência que prestamos à população. Em nossa cidade, temos a Sala Lilás que oferece apoio à mulher com psicólogos e assistente social”, explicou a coordenadora de Saúde Mental.
O seminário também discutiu a violência no âmbito do Sistema de Justiça, Segurança Pública e Rede de Social de Assistência.