Ciceroneados pela Secretaria de Estado de Saúde, durante três dias os colombianos receberam informações sobre a jornada do paciente, desde a entrada na atenção básica até a internação em unidades públicas especializadas

A comitiva de representantes do setor de saúde do Departamento da Antióquia, na Colômbia, encerrou o ciclo de visitas às instalações e unidades da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Durante três dias, o grupo, formado por diretores de hospitais públicos e também por representantes da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) da Colômbia e do Brasil, teve a oportunidade de conhecer detalhadamente o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SES), modelo implantado há 34 anos no Brasil e que garante integralidade de atendimento à população sem custo para os cidadãos. Como o sistema de saúde colombiano passa por mudanças, os gestores da Antióquia buscam as melhores práticas para replicar naquele país.

Na segunda-feira (25/11), o grupo conheceu em detalhes as atribuições e responsabilidades do Estado no SUS. Na terça (26/11), os colombianos estiveram na UPA de Copacabana, unidade que oferece atendimento de urgência e emergência sem necessidade de agendamento. Em seguida, seguiu para o Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IECPN), referência internacional em neurocirurgia de alta complexidade, e que oferece, exclusivamente para pacientes do SUS, atendimento integral das doenças neurocirúrgicas do sistema nervoso central, como tumores cerebrais, vasculares, aneurismas, Parkinson e Epilepsia.

A comitiva também visitou o município de São Gonçalo, para entender o papel de uma unidade de atendimento básico para a promoção da saúde e a prevenção de doenças.  No local, receberam uma exposição sobre o trabalho desenvolvido pelas equipes de Saúde Família nos territórios e também o atendimento de múltiplas especialidades oferecido pelo município. Em seguida, o grupo conheceu as enfermarias, UTIs e o Centro de Trauma do Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), na mesma cidade, especializado em politraumatismo e procedimentos de média e alta complexidades.

A secretária estadual de saúde, Cláudia Mello, destacou a importância para a SES de receber uma comitiva internacional e a oportunidade de apresentar a jornada de pacientes do SUS na atenção primária, em atendimentos especializados, nas urgências e emergências e na internação. 

“Ficamos muito orgulhosos em receber um grupo internacional e sermos indicados pela OPAS, com quem temos parceria, como uma referência nacional para os representantes da área de saúde da Colômbia. Tivemos uma troca de experiências  muito rica e mostramos um pouco da realidade do SUS no estado do Rio, especialmente a organização da nossa atenção primária, área que é o foco emergencial de interesse do grupo colombiano”, disse.

Delegação também visitou o Centro de Inteligência em Saúde (CIS)

Nesta quarta-feira (27/11), a delegação estrangeira visitou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), e o Centro de Inteligência em Saúde (CIS), que abriga o Centro de Informação Estratégica em Vigilância (CIEVs) e o Complexo Estadual de Regulação (CER). 

Na primeira parte da visita, o grupo foi recebido pela coordenadora geral do SAMU, coronel Barbara Alcântara, que esclareceu diversos aspectos sobre o funcionamento do serviço na capital. Com uma média de 600 atendimentos por dia, o SAMU-RJ tem sede própria com três andares, que reúne uma sala de descompressão para o repouso dos profissionais que atuam 24 horas por dia, a Central de Abastecimento Farmacêutico, além da Central de Regulação, com a equipe de Tarms (Técnicos Auxiliares de Regulação Médica) e médicos plantonistas. Ao todo, o SAMU-RJ tem 2.200 profissionais. 

O grupo seguiu para o CIEVs e foi recebido pelo subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde da SES-RJ, Mario Sérgio Ribeiro, e pela técnica da Superintendência de Vigilância Epidemiologia e Ambiental, Silvia Carvalho, que tiraram dúvidas sobre o funcionamento da central, especialmente o monitoramento em tempo real de indicadores para arboviroses, indicadores precoces de Covid-19, entre outros, além da detecção de rumores, que evitam as fake news. A superintendente de Regulação, Kitty Crawford, finalizou a visita com a apresentação do CER, que faz a regulação estadual para vagas de atendimento de média e alta complexidades. 

Harlen Ortiz, um dos gestores de hospitais públicos colombiano, afirmou ter ficado  muito satisfeito com a experiência da visita ao Brasil e a comparação com o sistema de saúde da Colômbia. 

“É realmente interessante ver como a abordagem do governo brasileiro à saúde pública pode nos servir de modelo. O Sistema Único de Saúde é fundamental, criando um ambiente onde o bem-estar do paciente é priorizado, especialmente nos espaços que visitamos na Secretaria de Estado de Saúde. Além disso, o investimento em tecnologia e ciência é essencial para melhorar os serviços de saúde. A empatia e o tratamento humano são aspectos que definitivamente fazem a diferença no cuidado. Trazer para a Colômbia o modelo de garantia do acesso à saúde de forma centralizada e gratuita poderia ser um grande passo para superarmos nossas barreiras. Se conseguíssemos implementar um sistema mais inclusivo, onde todos tivessem acesso independentemente da sua situação econômica, a qualidade de vida de muitas pessoas poderia ser significativamente melhorada em nosso país”, disse Ortiz.