Um novo projeto da Pesagro-Rio tem como objetivo reduzir a mortalidade de bezerros e impulsionar a produtividade de pequenas propriedades leiteiras no Estado do Rio de Janeiro, aumentando a renda dos pequenos produtores por meio de práticas mais eficazes.
O projeto "Implantação de Banco de Colostro em Propriedades Leiteiras de Agricultura Familiar" visa melhorar o manejo dos bezerros recém-nascidos, especialmente nas bacias leiteiras do estado. O primeiro leite produzido pela vaca logo após o parto - o colostro - é essencial para garantir a sobrevivência dos bezerros. Como o feto bovino não recebe imunoglobulinas durante a gestação, ele nasce sem proteção imunológica. Assim, a ingestão de colostro rico em anticorpos nas primeiras 24 horas de vida é fundamental para a saúde dos recém-nascidos. O projeto visa assegurar que todos os bezerros recebam colostro de alta qualidade, minimizando os riscos de doenças e a mortalidade.
Para garantir a eficácia, a análise da qualidade do colostro é um dos principais pontos do projeto. Utilizando instrumentos como colostrômetros ou refratômetros, os produtores conseguem identificar colostros com baixa concentração de imunoglobulinas e substituí-los por colostro armazenado de alta qualidade. Com essa estratégia, o projeto criará bancos de colostro nas propriedades e implementará práticas de manejo mais eficientes, aumentando a sobrevivência dos bezerros e, consequentemente, a produtividade das propriedades leiteiras.
O projeto já está em andamento no município de São Gonçalo, onde a equipe de pesquisadores deu início à formação do banco de colostro na propriedade familiar Sítio Girassol. Além disso, os técnicos realizam visitas a outras fazendas, orientando os pecuaristas e estagiários sobre o manejo adequado dos animais. Entre as atividades, está a realização de necropsias e estudos histopatológicos em bezerros que não sobrevivem para identificar as causas do óbito e aperfeiçoar o manejo.
Com o uso de tecnologias simples e acessíveis, como o colostrômetro, o projeto mostra aos pequenos pecuaristas que é possível reduzir a mortalidade neonatal e melhorar a saúde dos rebanhos sem grandes investimentos. A expectativa é que essas iniciativas resultem em maior produtividade, menor êxodo rural e fortalecimento do agronegócio no Rio de Janeiro.