
A fenação é a técnica de conservação de plantas forrageiras, desidratadas naturalmente a campo ou em secadores artificiais, que permite utilizar, no período seco do ano, ou em regiões de baixas temperaturas, a forragem excedente produzida na época das águas. O princípio fundamental da secagem é a evaporação da água contida na forragem e a remoção desta pelo ar, tanto para secagem natural quanto para artificial. A taxa de secagem do material cortado, ou seja, a perda de umidade por hora, depende da forrageira utilizada, das condições ambientais e também da forma de colheita. O feno é uma das opções para a suplementação dos rebanhos durante a época de menor crescimento das pastagens, orienta a zootecnista Rosane Fajardo, pesquisadora do Centro Estadual de Pesquisa em Agricultura Orgânica da Pesagro-Rio.
A época de corte da gramínea determina a qualidade do feno. O ideal é cortá-lo quando apresentar alto valor nutritivo, o que vai depender da espécie da planta forrageira, das condições climáticas, da fertilidade do solo e do nível de adubação, bem como de outras técnicas culturais, além da boa produção de massa verde. Para as gramíneas, a melhor época é antes do início da floração, e as leguminosas, como a alfafa, por exemplo, logo após o início da floração. A maioria das forragens apresenta mais de 75-80% de umidade no ponto de corte e precisa passar por processo de desidratação até que se obtenha um feno com 15% ou menos de umidade, permitindo a sua conservação por longos períodos.
Segundo a pesquisadora, as gramíneas mais indicadas são aquelas que possuem caules finos e maior volume de folhas, como as do grupo das bermudas, como o Coast cross, Tíftons e aquelas do grupo das estrelas, como a Grama Estrela e Florico, todas do gênero Cynodon. As forragens que apresentam alta relação haste : folha e hastes grossas tendem a demorar mais tempo para secar.
A temperatura e a umidade relativa do ar influenciam na taxa de secagem da forragem e, por conseguinte, na qualidade do produto final. A temperatura afeta consideravelmente a qualidade, uma vez que a taxa de secagem da forrageira aumenta à medida que a temperatura também aumenta. A umidade relativa do ar determina tanto a taxa de secagem quanto o teor de umidade de equilíbrio do feno, dificultando o processo de secagem. Dessa forma, a produção de feno pode ficar comprometida em locais onde a umidade relativa do ar é muito elevada, comprometendo a secagem da forragem até o “ponto de feno”, ou seja, inferior a 15% de umidade.
O feno pode ser armazenado a campo ou em galpões, sempre em locais secos e ventilados. No método a campo, deve-se fazer “leiras” a fim de reduzir ao máximo a superfície de exposição do feno às intempéries. Em se tratando de animais jovens, o feno é a melhor opção porque não perde o seu valor nutritivo quando armazenado adequadamente, mantendo a qualidade por tempo indeterminado. Bezerras jovens de rebanhos leiteiros, por exemplo, são muito seletivas e podem reduzir o consumo quando há variações na qualidade do volumoso oferecido, o que torna o feno uma excelente opção para essa categoria animal, concluiu Rosane Fajardo.