Cresce a busca por produtos orgânicos no estado
Produtos orgânicos
PRODUTOS ORGÂNICOS

A cidade do Rio de Janeiro é o segundo maior mercado consumidor de orgânicos da América Latina. Uma das primeiras iniciativas de venda de alimentos orgânicos no Estado do Rio de Janeiro aconteceu em Nova Friburgo, na Feirinha da Saúde, nos anos de 1980. Na cidade também foi fundada a ABIO (Associação dos Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro). Nos anos 90, ficou famosa a Feira da Glória, na cidade do Rio de Janeiro, e que permanece até hoje.

Diante desse movimento de produtos orgânicos, em 2010 foi criado o Circuito Carioca de Feiras Orgânicas, que acontece, desde então, nas praças da cidade do Rio de Janeiro em dias de semana alternados.

Com a pandemia da COVID-19, o e-commerce ganhou espaço, e mesmo com a volta da normalidade após a vacinação, essa forma de comercialização virtual de da agricultura no Rio de Janeiro e o acesso aos mercados; à análise de espaços de comercialização; à informação da qualidade e às boas práticas de fabricação”, esclarece a pesquisadora Maria Fernanda de Albuquerque Costa Fonseca, do Centro Estadual de Pesquisa em Horticultura da Pesagro-Rio. A pesquisadora destaca, ainda, cestas individuais (um único fornecedor) e cestas coletivas (organizadas por um grupo de produtores ou organizações) se consolidou. 

As plataformas, como Orgânicos In Box, passaram a fornecer produtos orgânicos in natura (frutas, legumes e verduras) ofertados por gama variada de produtores do Brasil. “Com esse aumento da procura por produtos orgânicos no estado e tendo em vista que a maior parte dos produtos vinha de outras regiões do país, aproveitamos a oportunidade aberta com o lançamento do programa CapacitAgro pela Pesagro-Rio e passamos a levantar as ofertas e os preços dos produtos orgânicos nos Circuitos Curtos de Comercialização.

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Esses levantamentos e análises servem de base para a elaboração das chamadas públicas para o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) pelas escolas municipais e estaduais, no cumprimento à Lei no 11.947/2009. Além disso, o CapacitAgro possibilitou o treinamento de jovens para trabalhar com o tema os principais desafios enfrentados pelo produtor de orgânicos:

• carência de mão de obra qualificada, tanto na produção primária quanto nos processados orgânicos;

• falta de técnicos qualificados e com prática na produção orgânica para fornecer assistência técnica coletiva, utilizando as metodologias participativas na avaliação da conformidade da produção orgânica;

• conexão com a internet na área rural;

• treinamento dos jovens envolvidos com a produção e com a comercialização de produtos orgânicos para uso das ferramentas digitais;

• campanha publicitária para esclarecer os consumidores sobre o que é o produto orgânico e como identificá-lo nos pontos de venda;

• adoção das novas tecnologias para realização dos registros que ajudem a rastreabilidade do produto orgânico.

“Para que o pequeno agricultor de orgânicos possa fornecer para grandes redes de supermercados, no entanto, a primeira coisa a fazer é estabelecer parcerias com outros produtores para garantir frequência e volume de produção para a entrega. Em seguida, firmar contratos com os grandes varejistas, negociando os critérios desses contratos e fazer o planejamento da produção incluindo expectativa de despesas e receitas, consultando banco de dados com os custos de produção e comercialização e preços dos orgânicos no atacado e no varejo”, conclui a pesquisadora Maria Fernanda