O Rio de Janeiro enfrenta uma recente infestação de percevejos de cama, especialmente em quiosques e bares da Lapa, Glória, Catumbi e bairros adjacentes. A situação traz desconforto aos clientes e preocupações aos donos dos estabelecimentos, além de levantar questões sobre o impacto no setor turístico da cidade, essencial para a economia local. Esse problema vem à tona por dois motivos principais: maior presença de pragas em locais turísticos, tradicionalmente mais vulneráveis a esses insetos, e o efeito negativo que isso pode ter na imagem e na atratividade da cidade.
Cláudio Maurício Souza, biólogo do Instituto Vital Brazil (IVB), já havia alertado sobre essa situação no ano passado, durante um evento online sobre pragas urbanas e seus efeitos no turismo. Na ocasião, ele frisou como a crescente movimentação de turistas e a alta densidade populacional nas grandes cidades favorecem a proliferação dessas pragas. "Infestações de percevejos, como as que estamos vendo no Rio, não são exclusivas da cidade. Paris e Nova Iorque também enfrentam esse problema, e o impacto é significativo. O turismo depende da qualidade da experiência, e a presença de pragas urbanas coloca em risco a imagem dessas cidades", afirmou Cláudio.
Além do que os insetos podem causar à saúde, o biólogo aponta também para o impacto econômico. Em Paris, a infestação de percevejos tem prejudicado a indústria hoteleira, gerando receios entre turistas e afetando a percepção de segurança e higiene da cidade. O mesmo ocorre em Nova Iorque, onde a superpopulação de ratos, agravada pelas recentes enchentes, tem gerado desconforto nos locais turísticos e no sistema de transporte público. "O turismo, uma das principais fontes de receita das grandes cidades, está diretamente afetado pela presença de pragas. Se não houver um controle eficaz, o impacto será inevitável. Essa infestação não pode ser ignorada. A cidade precisa agir rapidamente, com estratégias que não apenas eliminem os focos de pragas, mas também previnam a sua proliferação", destaca o biólogo.
A solução, segundo o biólogo, passa por um controle integrado entre o poder público, empresários e profissionais de saúde. "É preciso adotar uma abordagem coordenada, que envolva desde a limpeza e inspeção dos locais até a conscientização dos proprietários sobre a importância de prevenir novos surtos.", conclui.
Essa infestação recente de percevejos serve de alerta para o Rio de Janeiro - o controle eficaz das pragas urbanas, especialmente em áreas turísticas, é crucial para garantir que a cidade continue sendo um destino atraente.
Foto: Edson Taciano/IVB
