DRM-RJ no Rio Grande do Sul
Entre os dias 16/05/2024 e 04/06/2024 uma equipe de geólogos do DRM, por determinação do excelentíssimo Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sr. Cláudio Castro esteve participando dos esforços coletivos em apoio ao Municípios de Bento Gonçalves, São Valentim do Sul, Caxias do Sul, Rolante, Igrejinhas, Nova Petrópolis, Três Coroas e Gramado, afetados severamente por movimentos de massa, no contexto do desastre no Rio Grande Do Sul. O panorama técnico identificado incluem lineamentos estruturais bem definidos em ambiente de encostas formadas por escarpas sub-verticais a verticalizadas e patamares com topos rochosos sub-horizontais a horizontais encobertos por material transportado (colúvio e tálus), sendo estes, gerados devido à presença significativa de cruzamentos das diferentes descontinuidades com diferentes direções, sub-horizontais, horizontais e verticais, sendo algumas com inclinação de aproximadamente 50 graus. Obviamente, num contexto com inúmeras descontinuidades é de se esperar blocos individualizados, lascas rochosas, colúvio e tálus. Solos residuais com pacotes espessos foram raros. Os deslizamentos vistos em ambiente natural sem interferência humana são em sua grande maioria planares, associados à rupturas da camada superficial composta por solos transportados (colúvio e tálus) no contato com a rocha. Algumas vezes, com solo residual. Deslizamentos circulares foram identificados nas áreas de acúmulo de tálus/colúvio em patamares estruturais. Certamente o escoamento excessivo de água superficial num período de tempo reduzido acarretou a infiltração nos solos, contribuindo com a percolação através das fraturas para as camadas dos solos transportados mais a jusante, consequentemente permitiu a saturação e na sequência a ruptura de inúmeros encostas. Trincas nos solos transportados, degraus de abatimento e árvores inclinadas e embarrigadas foram evidências de movimentação majoritárias, sendo que estas últimas podem ser consideradas característica própria da região. Raramente não se viam árvores inclinadas e embarrigadas nas vistorias, tanto nas áreas com trincas e degraus como nas áreas sem evidências de rompimentos efetivos, o que estimula o debate sobre a existência de processos de rastejo ativo no contexto dos patamares entulhados de colúvio e tálus de forma ampla e generalizada.