O Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado da Mulher, realizou no dia 5 de agosto, na Sala Cecília Meireles, a abertura oficial do Agosto Lilás 2025. O mês é dedicado à conscientização e ao enfrentamento da violência contra a mulher, e este ano celebra dois marcos fundamentais da política pública de proteção às mulheres: os 19 anos da Lei Maria da Penha e 6 anos da criação da Patrulha Maria da Penha.
O evento contou com a presença do governador Cláudio Castro, da primeira-dama do Estado, Analine Castro, de secretários, autoridades, profissionais da rede de proteção, representantes da sociedade civil e agentes da segurança pública para fortalecer o diálogo e a atuação integrada no enfrentamento à violência contra meninas e mulheres.
– A Patrulha Maria da Penha é um símbolo do nosso compromisso com a vida e com a dignidade das mulheres fluminenses. É uma reafirmação do nosso compromisso, de que oferecemos proteção a quem mais precisa. Vamos seguir ampliando essa rede de acolhimento e enfrentamento à violência de gênero em todo o estado e fortalecendo as políticas públicas voltadas para as mulheres – declarou o governador Cláudio Castro.
Na mesa de abertura, foram debatidas estratégias para a redução da violência contra as mulheres no estado do Rio de Janeiro, com as presenças do governador Cláudio Castro, da primeira-dama Analine Castro, dos secretários de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar, da Segurança Pública, da Segurança, Victor Santos e da PMERJ, cel. Marcelo Menezes.
Para a secretária Heloisa Aguiar ao celebrar os patrulheiros e a rede de prevenção, também são homenagradas todas as mulheres que decidiram romper o ciclo da violência.
-Fortalecer a rede de enfrentamento é mais do que uma meta institucional, é um compromisso ético, é um pacto com o presente e com o futuro. Por isso, convidamos todas e todos aqui a se somarem a esse movimento. A transformação só será real se for coletiva. O Agosto Lilás é um mês simbólico porque o nosso trabalho é diário. Que este encontro nos inspire a seguir firmes, mobilizados e cada vez mais integrados porque quando a rede funciona, a mulher sobrevive. E quando a mulher sobrevive, a sociedade inteira se fortalece.
Também foram apresentados os desafios e avanços da atuação em rede, com participação da coordenadora da Patrulha Maria da Penha, Major Bianca Ferreira, da desembargadora Adriana Mello, da escritora e gestora no Instituto Natura, Beatriz Accioly, da diretora do Instituto de Segurança Pública, Marcela Ortiz, com mediação da jornalista Cris Fibe.
Entre os destaques da programação estão a apresentação cultural com meninas do balé do Instituto da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense e a leitura de uma carta escrita por uma mulher atendida pela Patrulha, interpretada pela atriz Lucinha Lins.
O evento contou com a parceria da Rádio Tupi, e buscou dar continuidade a um esforço coletivo para proteger vidas, ampliar direitos e garantir que as mulheres possam viver com dignidade, segurança e liberdade.
Salvando vidas
Criada em 2019, a Patrulha Maria da Penha atua em parceria com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no monitoramento de medidas protetivas e acolhimento de mulheres em situação de violência. Com 47 equipes especializadas em todo o estado e salas lilás estruturadas para o atendimento humanizado, o programa é hoje uma das principais estratégias estaduais para prevenir a reincidência da violência doméstica e salvar vidas.
De acordo com a Polícia Militar, quase metade do efetivo dedicado exclusivamente ao programa é composto por policiais femininas, o que reforça a sensibilidade e a efetividade no atendimento.
A cerimônia prestou homenagem a 16 agentes da Patrulha Maria da Penha que se destacaram na atuação direta com as vítimas, além da fundadora do programa, a coronel Cláudia Moraes.
Dados sobre violência contra a mulher
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública, o número de feminicídios no estado do Rio de Janeiro caiu de 57, entre janeiro e junho de 2024, para 49 no mesmo período de 2025, representando uma redução de cerca de 14%. As tentativas de feminicídio também apresentaram queda: foram 205 casos no primeiro semestre de 2024 e 162 em 2025, o que representa uma diminuição de aproximadamente 21%.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública deste ano, revelou que o Brasil atingiu o maior número de feminicídios desde que o crime foi tipificado, em 2015. São, em média, quatro mortes por dia. De 2023 para 2024, a taxa subiu 0,7%, alcançando 1,4 por 100 mil mulheres. Esse crescimento contrasta com a queda de 5,4% nas Mortes Violentas Intencionais (MVI) no mesmo período, indicando que a violência de gênero segue uma trajetória distinta da criminalidade geral no país. A maioria das vítimas de feminicídio em 2024 são mulheres negras (63,6%), com idades entre 18 e 44 anos (70,5%). Entre meninas de 12 a 17 anos, o número de casos aumentou 30,7%. Para mulheres com mais de 60 anos, o crescimento foi de 20,7%.