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Observatório do Feminicídio: Governo do Estado implementa plataforma de análise de dados
Observatório do Feminicídio: Governo do Estado implementa plataforma de análise de dados

O Governo do Estado do Rio de Janeiro firmou, nesta segunda-feira (25), Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Fundação José Bonifácio (FUJB) que cria e implementa o Observatório do Feminicídio na sede da Cátedra Patrícia Acioli, no Flamengo, Zona Sul do Rio. A criação dessa plataforma que coleta, organiza e analisa dados sobre feminicídios praticados ou tentativas em território estadual foi autorizada por meio de decreto assinado pelo governador Cláudio Castro

- Estamos melhorando e fornecendo todas as ferramentas para que possamos monitorar e coletar dados do feminicídio no estado. Dessa forma, conseguiremos não só mensurar, mas entender a realidade das mulheres vítimas de violência. E, ao compreender este cenário, vamos aperfeiçoar nossa capacidade para formular políticas públicas cada vez mais efetivas - afirma o governador Cláudio Castro.

Coordenado e presidido pela Secretaria de Estado da Mulher, o Observatório do Feminicídio tem caráter multidisciplinar e promove a integração entre os órgãos que denunciam, investigam e julgam os casos, além de acolher sobreviventes e familiares. A ferramenta também visa gerar políticas públicas baseadas em evidências e inovação científica por meio da parceria com a área acadêmica.

Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), de janeiro a setembro deste ano, 77 mulheres foram vítimas de feminicídio. Embora o número represente uma redução de 5% no período, a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar, afirma que ainda há muito a ser feito, principalmente porque as tentativas de feminicídio tiveram aumento de 30%.

- Na data em que celebramos o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, é muito emblemático assinar essa parceria que trará mais efetividade para a criação de políticas públicas em favor das mulheres. Essa parceria será fundamental e muito necessária, porque reunirá dados da Segurança, da Saúde, da Educação - destacou.

O Observatório conta com a participação de diversos setores governamentais, como Segurança Pública, Saúde e Educação, além do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro (CEDIM) e da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj. 

- Essa atuação tem um lado de formulação de políticas públicas, de construir uma rede capaz de criar condições favoráveis para que as questões sejam enfrentadas. Esses dados obtidos também têm o objetivo de gerar capacitação por meio do ensino e da pesquisa. A existência desses dados representa um salto de qualidade, pois são fundamentais para entender melhor a complexidade do feminicídio - explicou a diretora do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ana Célia Castro.