Mais de 13% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio nos transportes públicos, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública 2024. Para tornar esse ambiente um local seguro para as mulheres fluminenses e celebrar o Dia Internacional da Igualdade Feminina, a Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ), em parceria com a SuperVia, realizou uma campanha contra o assédio nos trens na estação Central do Brasil. A campanha prossegue nesta quarta-feira (28), com a fixação de cartazes nos vagões femininos informando os canais de ajuda para as mulheres.
Durante a ação, os funcionários da concessionária passaram por treinamentos para atuar em casos de importunação sexual, por meio do protocolo criado pela SEM-RJ, “Não é Não! Respeite a decisão”, que traz orientações para que as mulheres tenham mais segurança e acolhimento em locais de grande circulação.
— Através do nosso treinamento, os colaboradores da SuperVia estão sendo capacitados para identificar uma situação de violência contra a mulher e oferecer a orientação e intervenção necessárias. Importunação sexual é crime e não pode ser aceita como algo comum — afirmou a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar.
Para a colaboradora da SuperVia, Luane da Silva, esse foi um momento de aprendizado sobre como acolher uma mulher que passou por uma situação de violência dentro do trem:
— Recebemos a capacitação de como acolher mulheres que passaram por assédio, e foi muito interessante para entender como fazer o direcionamento à rede de enfrentamento à violência de gênero, como a rede de saúde, a polícia e outros órgãos que farão o atendimento e acolhimento.
A equipe da SEM-RJ divulgou a campanha “Mexeu com uma, mexeu com o Rede Mulher”, que apresenta o aplicativo Rede Mulher, uma importante ferramenta de proteção para as mulheres. O aplicativo permite que as mulheres:
- acionem a Central 190 da Polícia Militar com um simples clique;
- peçam ajuda a até três pessoas cadastradas como “guardiões”;
- registrem ocorrências online;
- obtenham informações sobre medidas protetivas;
- consultem a rede de atendimento especializada para mulheres em situação de violência no estado;
- localizem sedes policiais especializadas nesse tipo de violência;
- e saibam mais sobre verdades e mitos relacionados a esse tipo de crime.
Na ocasião, as passageiras tiveram a oportunidade de tirar dúvidas sobre como denunciar casos de agressão física, ameaças, abuso psicológico, moral, patrimonial, físico ou sexual.
— Durante as conversas com as mulheres, todas se mostraram receptivas e preocupadas em relação a esse tema, que é frequente no cotidiano. A insegurança na mobilidade impacta diretamente na liberdade das meninas e mulheres. O principal tipo de dúvida foi como denunciar, como acessar a rede e o que eram os centros de referência — diz a coordenadora do Programa Mulher Mais Segura da SEM-RJ, Ana Luísa Franco.