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Programa da Secretaria de Estado da Mulher vai atuar com homens agressores e a população em geral
Programa da Secretaria de Estado da Mulher vai atuar com homens agressores e população em geral

O combate à violência contra as mulheres precisa envolver a participação dos homens. Esta foi a principal mensagem na tarde desta quinta-feira (7/12), no lançamento do Serviço de Educação e Responsabilização do Homem – SerH. Criado pela Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ), no âmbito da Superintendência de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, o programa prevê a realização de ações educativas e preventivas em todos os municípios do estado do Rio de Janeiro, inclui ainda grupos de sensibilização com homens que cumprem pena e a capacitação de gestores municipais para implementarem o serviço, formando multiplicadores.

-Este é um novo capítulo no enfrentamento à violência contra a mulher no estado do Rio. Não é possível construir uma sociedade mais segura e igualitária para as mulheres sem termos os homens caminhando conosco, ombro a ombro - disse a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar.

A cerimônia no Museu Casa de Benjamin Constant, em Santa Teresa, teve a participação de representantes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, da Polícia Civil, da Polícia Militar (Patrulha Maria da Penha), da Procuradoria Geral do Estado, do CEPERJ, do Instituto Promundo, do Consulado Geral dos Países Baixos e de dez municípios fluminenses.

Na ocasião, foi assinado um acordo de cooperação entre a SEM-RJ e o Instituto Promundo, organização que trabalha para promover a igualdade de gênero e prevenir violência envolvendo homens e meninos em parceria com mulheres e meninas. 

A superintendente de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, da SEM-RJ, delegada Tatiana Queiroz, anunciou que a Secretaria vai expandir o serviço para todos os municípios fluminenses em 2024.

- O SerH vai ser uma coordenadoria de nossa superintendência e queremos expandir isso não só para os 17 municípios que já temos conosco, mas para os 92. Já estamos em articulação com o Ministério Público, com a Polícia Civil e outros órgãos para que o trabalho aconteça – disse Tatiana Queiroz, acrescentando que o serviço realizado com os homens que cumprem pena tem o objetivo de promover uma mudança de cultura nestes homens.

Aline Inglez, superintendente de Articulação Institucional da SEM-RJ, destacou a importância das parcerias firmadas com as equipes do Instituto Promundo e dos municípios. Ela frisou que a implantação do programa foi um trabalho conjunto, que nasceu do esforço e colaboração de várias pessoas que lutam por uma mesma causa: o enfrentamento à violência contra a mulher.

-Foi uma grande conquista, por isso quero agradecer às equipes que possibilitaram que este projeto saísse do papel. E gostaria de agradecer aos municípios, que hoje vieram aqui prestigiar este lançamento - disse Aline.

Paulo Sarcon, coordenador do SerH, apresentou o manual de implementação do SerH nos municípios. O documento foi distribuído a gestoras municipais que estavam no evento. Ele falou das experiências nas rodas de conversa com apenados.

-Nas rodas de conversas com esses homens, realizamos dinâmicas e tentamos sensibilizá-los, para que entendam o que é a violência contra mulher.

Já Luciano Ramos, do Instituto Promundo, elogiou o pioneirismo da Secretaria de Estado da Mulher em lançar este programa.

-As pessoas entenderam que não dá para falar de violência contra a mulher sem falar com o homem. E isso é urgente. Não dá para trabalhar com o empoderamentos das mulheres sem trazer os homens para o debate – resumiu.

Ser H nos presídios

O que é o SerH

O programa tem objetivo de estabelecer ações educativas e preventivas nos municípios do Rio de Janeiro. O público-alvo são homens de todas as faixas etárias (agressores ou não).

O SerH atua em quatro eixos:

1. Sensibilização dos homens e do público em geral;

2. Capacitação de agentes que atuam nos equipamentos de atendimento à mulher;

3. Ações de conscientização em empresas ou instituições com predominância masculina, por meio da campanha “Ouviu um NÃO? Respeite a decisão. Por um homem consciente”; e

4. Grupos reflexivos e rodas de conversa com homens que cumprem pena em regime fechado, aberto, semiaberto ou domiciliar.

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